Descobrindo os Benefícios e Usos Médicos do Canabidol (CBD): Um Olhar Baseado em Pesquisas Científicas

 

Introdução

Nos últimos anos, o canabidiol (CBD), um composto encontrado na planta de cannabis, tem ganhado destaque por suas propriedades terapêuticas.

Este artigo se aprofundará nos benefícios e usos médicos do CBD, com base em pesquisas científicas e dados clínicos. Além disso, discutiremos as aplicações práticas deste composto e seu potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

 

10 fatos curiosos sobre o cannabidol

  • O CBD é um dos mais de 100 canabinoides encontrados na planta de cannabis. O CBD e o THC (tetraidrocanabinol) são os dois canabinoides mais abundantes e amplamente estudados.
  • O CBD é extraído principalmente do cânhamo, uma variedade da planta de cannabis com baixo teor de THC (geralmente menos de 0,3%).
  • O CBD não é psicoativo, o que significa que não causa os efeitos eufóricos ou “barato” associados ao THC. Na verdade, o CBD pode até mesmo contrabalançar alguns dos efeitos indesejados do THC.
  • O CBD interage com o sistema endocanabinoide (SEC) do corpo, um complexo sistema de sinalização celular que desempenha um papel fundamental na regulação de uma variedade de funções fisiológicas e cognitivas, como humor, apetite, dor e sono.
  • O CBD tem sido estudado por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas, antipsicóticas, anticonvulsivantes e neuroprotetoras.
  • O primeiro medicamento à base de CBD aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, o Epidiolex, foi desenvolvido para tratar duas formas raras e graves de epilepsia infantil: síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut.
  • O CBD tem potencial para tratar uma ampla gama de condições médicas, incluindo doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, transtornos do espectro autista, doenças inflamatórias intestinais e até mesmo acne.
  • Além dos métodos de extração mais comuns, como CO2 supercrítico e extração com solventes, existe um método inovador conhecido como extração ultrassônica que utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para extrair o CBD da planta de cannabis.
  • O CBD é geralmente considerado seguro e bem tolerado pela maioria das pessoas. No entanto, algumas pessoas podem experimentar efeitos colaterais leves, como fadiga, diarreia e alterações no apetite ou no peso.
  • A legalidade do CBD varia de acordo com a localização e é afetada por fatores como o teor de THC e a origem do CBD (cânhamo versus maconha). Em muitos países, o CBD derivado do cânhamo com baixo teor de THC é legal ou amplamente aceito, enquanto o CBD derivado da maconha com alto teor de THC pode ser restrito ou ilegal.

 

 

Principais usos

  1. Alívio da dor: O CBD tem sido amplamente estudado por suas propriedades analgésicas, sendo eficaz no tratamento de dores crônicas, neuropáticas e inflamatórias. Estudos mostram que o CBD interage com o sistema endocanabinoide do corpo, ajudando a regular a percepção da dor e a inflamação (Nagarkatti et al., 2009). Esse efeito analgésico tem potencial para ajudar pacientes com artrite, fibromialgia e outras condições dolorosas.
  2. Redução da ansiedade e depressão: A pesquisa mostra que o CBD possui efeitos ansiolíticos e antidepressivos (Blessing et al., 2015). Estudos sugerem que o CBD pode interagir com os receptores de serotonina, um neurotransmissor importante no controle do humor e da ansiedade. Essas propriedades tornam o CBD uma alternativa promissora aos medicamentos tradicionais, que podem ter efeitos colaterais indesejados e um potencial de dependência.
  3. Tratamento de epilepsia e convulsões: A FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos aprovou o Epidiolex, um medicamento à base de CBD, para o tratamento de duas formas raras e severas de epilepsia: síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut (Devinsky et al., 2017). O CBD tem demonstrado reduzir a frequência e a gravidade das convulsões em pacientes que não respondem bem a outros tratamentos.
  4. Alívio dos sintomas de câncer e efeitos colaterais do tratamento: O CBD tem sido utilizado para auxiliar no manejo de sintomas relacionados ao câncer e aos efeitos colaterais de tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Estudos indicam que o CBD pode ajudar a reduzir náuseas, vômitos, dor e perda de apetite (Parker et al., 2011). Além disso, pesquisas preliminares sugerem que o CBD pode ter potencial para inibir o crescimento de células cancerígenas, embora mais estudos sejam necessários para confirmar essa hipótese.
  5. Controle dos sintomas da esclerose múltipla: A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando inflamação e danos aos neurônios. O CBD tem demonstrado potencial para ajudar no controle dos sintomas da esclerose múltipla, como espasticidade muscular, dor e fadiga (Koppel et al., 2014).
  6. Tratamento da doença de Parkinson: A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta o movimento e a função cognitiva. Estudos recentes indicam que o CBD pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com Parkinson, aliviando sintomas como tremores, rigidez e distúrbios do sono (Chagas et al., 2014). Além disso, a pesquisa sugere que o CBD pode ter efeitos neuroprotetores e reduzir a progressão da doença.
  7. Alívio dos sintomas da doença inflamatória intestinal (DII): A DII é um grupo de condições inflamatórias que afetam o trato gastrointestinal, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa. O CBD tem sido estudado por seu potencial anti-inflamatório e imunomodulador, que podem ajudar no controle dos sintomas da DII, como dor abdominal, diarreia e perda de peso (
  8. et al., 2017). Além disso, o CBD pode promover a reparação da mucosa intestinal, melhorando a função do trato gastrointestinal.
  9. Potencial no tratamento de transtornos do espectro autista (TEA): Os transtornos do espectro autista (TEA) são um grupo de condições do neurodesenvolvimento que afetam a comunicação, comportamento e interação social. Estudos preliminares mostram que o CBD pode melhorar os sintomas do TEA, como hiperatividade, agressividade e ansiedade (Aran et al., 2019). No entanto, mais pesquisas são necessárias para estabelecer a eficácia e a segurança do CBD no tratamento do TEA.
LEIA TAMBÉM:  Como Aumentar a Testosterona - Conheça os Suplementos mais Usados

 

Segurança e Efeitos Colaterais do Canabidol (CBD): O que você precisa saber

O canabidiol (CBD) é um composto não psicoativo encontrado na planta de cannabis que tem atraído interesse por seus potenciais benefícios terapêuticos. Embora o CBD seja geralmente considerado seguro, é importante estar ciente de seus possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas para garantir seu uso seguro e eficaz.

  1. Efeitos colaterais do CBD: A maioria das pessoas tolera bem o CBD, mas alguns indivíduos podem experimentar efeitos colaterais leves. Esses efeitos colaterais podem incluir:
  • Fadiga ou sonolência
  • Boca seca
  • Diarreia
  • Mudanças no apetite e no peso

É importante notar que esses efeitos colaterais são geralmente temporários e desaparecem com a interrupção do uso do CBD. Além disso, a dosagem desempenha um papel importante na ocorrência de efeitos colaterais, e uma dosagem menor pode reduzir a probabilidade de experimentá-los.

  1. Interações medicamentosas: O CBD pode interagir com outros medicamentos, o que pode levar a efeitos adversos. O CBD é metabolizado no fígado pela enzima CYP450, a mesma enzima responsável pela metabolização de muitos medicamentos prescritos. Essa interação pode afetar a forma como os medicamentos são processados no corpo, o que pode aumentar ou diminuir sua eficácia.

É crucial consultar um profissional de saúde antes de iniciar o uso do CBD, especialmente se você estiver tomando outros medicamentos. O médico pode ajudar a determinar a dosagem adequada e monitorar possíveis interações medicamentosas.

  1. Dosagem e administração: A dosagem adequada de CBD varia dependendo do indivíduo, da condição a ser tratada e da forma de administração. É essencial começar com uma dose baixa e aumentá-la lentamente até encontrar a dose eficaz e bem tolerada. Além disso, é importante escolher produtos de CBD de alta qualidade de fabricantes confiáveis e testados por laboratórios independentes para garantir a segurança e a eficácia.
  2. Potencial de dependência ou abuso: O CBD é considerado um composto com baixo risco de dependência ou abuso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o CBD tem um perfil de segurança favorável e “não apresenta efeitos indicativos de qualquer potencial de abuso ou de dependência” (WHO, 2018). No entanto, é importante lembrar que o uso de CBD deve ser monitorado e controlado com a orientação de um profissional de saúde.
LEIA TAMBÉM:  Ômega 3 - Benefícios, Como Tomar e Onde Comprar

Em conclusão, embora o CBD seja considerado seguro para a maioria das pessoas, é crucial estar ciente de possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas. Sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar o uso do CBD para garantir que ele seja seguro e apropriado para suas necessidades individuais.

Referências:

Organização Mundial da Saúde (OMS). (2018). Relatório de Revisão Crítica do Canabidiol (CBD). Recuperado de https://www.who.int/medicines/access/  

 

 

Formas de consumo de CBD

O canabidiol (CBD) pode ser consumido de várias maneiras, cada uma com suas características, vantagens e desvantagens. As formas de consumo variam em termos de velocidade de início dos efeitos, duração, dosagem e preferências pessoais. Aqui estão algumas das formas mais comuns de consumir CBD:

  1. Óleos e tinturas: Óleos e tinturas de CBD são soluções líquidas que podem ser aplicadas diretamente sob a língua (via sublingual) ou adicionadas a alimentos e bebidas. A absorção sublingual permite um início mais rápido dos efeitos (geralmente 15 a 45 minutos) e uma maior biodisponibilidade do CBD. Essa forma de consumo também permite ajustar facilmente a dosagem, o que é importante para encontrar a quantidade ideal para cada pessoa.
  2. Cápsulas e comprimidos: O CBD pode ser consumido em forma de cápsulas ou comprimidos, que são ingeridos oralmente. Essa forma de consumo tem um início mais lento dos efeitos (geralmente 1 a 2 horas), pois o CBD deve passar pelo sistema digestivo e ser metabolizado pelo fígado antes de entrar na corrente sanguínea. Cápsulas e comprimidos são uma opção discreta e conveniente, com dosagens pré-determinadas.
  3. Tópicos e cremes: Produtos tópicos de CBD, como cremes, loções e bálsamos, são aplicados diretamente na pele para aliviar a dor, inflamação e irritação localizadas. Essa forma de consumo é ideal para condições como artrite, lesões musculares, dores de cabeça tensionais e problemas de pele. Os efeitos dos produtos tópicos são geralmente percebidos em 15 a 45 minutos e têm uma duração de várias horas.
  4. Comestíveis e bebidas: Comestíveis de CBD, como gomas, chocolates e balas, e bebidas infundidas com CBD, como chás e cafés, são uma maneira saborosa e divertida de consumir CBD. Semelhante às cápsulas e comprimidos, os comestíveis e bebidas têm um início mais lento dos efeitos (1 a 2 horas) e podem durar várias horas. A dosagem pode ser mais difícil de controlar com comestíveis, e a quantidade de CBD absorvida pode variar devido à digestão e metabolização.
  5. Vaporizadores e inaladores: O CBD pode ser inalado por meio de vaporizadores (também chamados de vape pens) ou inaladores, que aquecem o óleo de CBD ou a flor de cânhamo e o transformam em vapor. A inalação de CBD proporciona um início quase imediato dos efeitos (geralmente de 5 a 10 minutos) e uma biodisponibilidade mais alta em comparação com outras formas de consumo. No entanto, a duração dos efeitos é geralmente mais curta (1 a 3 horas). A segurança da inalação de CBD ainda é objeto de pesquisa e debate, e essa forma de consumo pode não ser adequada para pessoas com problemas pulmonares ououtras condições respiratórias.
  6. Supositórios: Os supositórios de CBD são uma opção menos comum, mas eficaz para a administração de CBD. Eles são inseridos no reto ou na vagina e oferecem um início rápido dos efeitos (geralmente 15 a 45 minutos) e uma alta biodisponibilidade. Essa forma de consumo pode ser útil para pessoas que não conseguem tomar CBD por via oral ou que procuram alívio específico para condições ginecológicas ou intestinais. No entanto, a aceitação e o uso de supositórios podem ser limitados devido à preferência pessoal e ao desconforto potencial.
LEIA TAMBÉM:  Óleos Essenciais - O que São Os Óleos Essenciais - Como Usar

 

Pesquisas científicas e estudos clínicos

Pesquisas científicas e estudos clínicos sobre o canabidiol (CBD) têm aumentado significativamente nos últimos anos, à medida que a substância ganha popularidade como um composto terapêutico. Esses estudos cobrem uma variedade de condições médicas e exploram os potenciais benefícios e efeitos colaterais do CBD. Algumas das áreas de pesquisa mais proeminentes incluem:

  1. Epilepsia: Um dos usos mais estudados e comprovados do CBD é no tratamento de certas formas de epilepsia, especialmente a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut. O Epidiolex, um medicamento à base de CBD, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para tratar essas condições. Estudos clínicos mostraram que o CBD pode reduzir significativamente a frequência das convulsões nesses pacientes.
  2. Dor e inflamação: O CBD tem sido objeto de estudos para avaliar sua eficácia no tratamento da dor e inflamação. Algumas pesquisas sugerem que o CBD pode ajudar a aliviar a dor crônica, como a associada à artrite e fibromialgia, possivelmente por interagir com os receptores de endocanabinoides no sistema nervoso.
  3. Ansiedade e depressão: Há um crescente interesse na pesquisa sobre o potencial do CBD para tratar condições de saúde mental, como ansiedade e depressão. Estudos preliminares mostraram que o CBD pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade em pessoas com transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
  4. Transtornos do sono: O CBD tem sido estudado como um tratamento potencial para a insônia e outros distúrbios do sono. Algumas pesquisas indicam que o CBD pode ajudar a melhorar a qualidade e a duração do sono em pessoas com insônia e outros problemas relacionados ao sono.
  5. Esquizofrenia e psicose: Estudos iniciais sugerem que o CBD pode ter potencial como um tratamento antipsicótico para esquizofrenia e outras condições relacionadas à psicose. O CBD demonstrou reduzir os sintomas psicóticos em alguns pacientes, embora mais pesquisas sejam necessárias para determinar a eficácia e a dosagem ideal.
  6. Dependência química: O CBD tem sido objeto de pesquisa no contexto do tratamento da dependência química. Estudos preliminares sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a dependência de opioides, álcool e tabaco, possivelmente por atenuar os sintomas de abstinência e reduzir os desejos.

É importante notar que, embora algumas pesquisas mostrem resultados promissores, muitos estudos sobre o CBD ainda são preliminares, e mais pesquisas clínicas de alta qualidade são necessárias para confirmar a eficácia e segurança do CBD para várias condições médicas.

 

Referências

Aran, A., Cassuto, H., & Lubotzky, A. (2019). Cannabis medicinal à base de canabidiol em crianças com autismo – um estudo de viabilidade retrospectiva (P3.318). Neurologia, 92(15 Suplemento).

Blessing, E. M., Steenkamp, M. M., Manzanares, J., & Marmar, C. R. (2015). Canabidiol como um tratamento potencial para transtornos de ansiedade. Neuroterapêutica, 12(4), 825-836.

Chagas, M. H., Zuardi, A. W., Tumas, V., Pena-Pereira, M. A., Sobreira, E. T., Bergamaschi, M. M., … & Crippa, J. A. (2014). Efeitos do canabidiol no tratamento de pacientes com doença de Parkinson: um estudo exploratório duplo-cego.

Assine as Dicas Exclusivas de Saúde e Bem-Estar

Sobre Dra. Diliagni Tellez Matos 150 Artigos
Especialista em Clinica Geral, com Pós-graduação em Medicina Alternativa, cursos de Acupuntura, Terapia Auricular, Fitofármacos e Tratamentos Alternativos da Medicina Quântica. Membro da Associação Brasileira de Terapeutas Holísticos.

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta